Artigo
4 min
Design thinking para times remotos
RH internacional

Autor
Paula Machado
Publicado
09 dezembro, 2024
Última atualização
31 janeiro, 2025

Principais conclusões
- O design thinking é uma das metodologias ágeis mais aplicadas nas organizações hoje em dia.
- É uma ferramenta prática de gestão de pessoas e projetos que oferece uma estrutura para processos de criação e resolução de problemas, com ciclos iterativos e centrados no usuário.
- Para times remotos, o design thinking tem se mostrado altamente eficaz, por aprimorar ideação, colaboração, cocriação, prototipagem e testes que indicam resultados eficazes para a inovação organizacional.
O que é design thinking?
O design thinking é uma das metodologias ágeis mais populares. Foi construída a partir de processos do design para ser usada por qualquer empresa, em diversas situações. É uma abordagem que ajuda a organizar ideias, estimula a colaboração entre as pessoas, e estrutura o processo de criação – seja de um produto, um serviço, um projeto, etc.
É uma dinâmica de resolução de problemas centrada nas pessoas, que facilita a criatividade e estimula a construção conjunta. Através de ciclos iterativos, o design thinking abre espaço para que as pessoas se manifestem e contribuam ao longo do processo da forma com que mais se sentem à vontade.
Além disso, o processo funciona de maneira a alimentar novas ideias e a cocriação, e incentivar a experimentação. Como? É o que explicamos abaixo.
→ Importante destacar que essa metodologia ágil não é exclusiva para uso dos designers. Ela é aplicável a qualquer projeto, setor, empresa ou time que busquem soluções eficazes para o trabalho em equipe e para criar algo consistente e inovador.
Etapas do design thinking
O design thinking é dividido em cinco etapas principais, que descrevemos abaixo. Também trazemos algumas ferramentas para design thinking que ajudam em cada uma delas:
- Empatia: compreender o usuário e suas necessidades
A etapa inicial é o coração do processo. O início do design thinking já traz a “alma” dessa metodologia ágil: foco no usuário. Para conseguir fazer esse exercício com eficiência, o design thinking estabelece que os solucionadores do problema (os participantes do processo) exercitem a empatia.
E o que isso quer dizer?
O objetivo final do design thinking é solucionar um problema – seja ele a criação de um novo produto, a meta de melhorar o ROI de alguma ação, ou de escalar o negócio, ou simplesmente resolver um gargalo de CX – Customer Experience.
Objetivo: entender o perfil, as dores e as perspectivas do público-alvo da solução
Ferramentas: a cultura de startups traz um bom caminho aqui: inovar é resolver uma dor – de um mercado, um setor, uma comunidade. As pessoas envolvidas no design thinking precisam entender a dor real do problema que precisam resolver. Para isso, aposte em workshops online, sprint remoto, entrevistas com clientes, análise SWOT e pesquisas qualitativas. - Definição: estruturar os insights obtidos em um problema claro
Aqui, todas as percepções coletadas na fase Empatia são organizadas e discutidas, até se chegar ao(s) problema(s) claro(s) a serem solucionados.
Objetivo: definir o problema claro que vai direcionar as próximas etapas, criando um ponto de partida para soluções relevantes.
Ferramentas: a declaração de ponto de vista (PDV) fornece um bom resumo do trabalho, ao definir o usuário, suas reais demandas e os caminhos iniciais para solucioná-las. - Idealização: gerar ideias criativas e soluções inovadoras
A partir dos dados das duas primeiras etapas, a equipe entra aqui na fase de brainstorm. A “chuva de ideias” tem o objetivo de trazer à tona todas as ideias possíveis, sem julgamento. A criatividade acelera nessa etapa do design thinking.
Objetivo: reunir o maior número de ideias para a solução da dor identificada.
Ferramentas: brainstorm – todos dão as suas ideias sem limites ou poréns. É interessante que a dinâmica seja conduzida de tal forma que os participantes não apenas sugiram ideias individuais, mas que evoluam sobre as ideias dos colegas. - Prototipação: criar representações simples das ideias
Nessa etapa do design thinking, cada ideia trazida no brainstorm é olhada com critérios que se relacionam com o objetivo final. Nesse momento, entram racionalidade e questionamentos.
Objetivo: prototipar as ideias viáveis mais promissoras. As melhores ideias ganham forma por meio de protótipos simples, como wireframes, storyboards ou mockups
Ferramentas: mapas de empatia e de persona ajudam a visualizar melhor os contextos e as perspectivas do usuário da solução a ser desenvolvida. É fundamental ter em mente nessa etapa a personalização, para que a equipe mantenha o foco na solução do problema real. Outras ferramentas simples são as seguintes perguntas:
- A execução é viável?
- A ideia resolve o problema real?
- Quais são as probabilidades de aceitação ou sucesso da ideia?
Para responder às perguntas, adapte as questões para as características específicas de cada caso.
- Teste: validar as soluções com os usuários para refinamento
Os protótipos são testados com usuários reais para obter feedback e iterar até chegar à solução ideal.
Objetivo: entender se a ideia e o protótipo fizeram sentido, e quais melhorias precisam ser implementadas.
Ferramentas: teste de conceito (PoC, em inglês, para Proof of Concept – prova de conceito), teste MVP e outras metodologias para validação de produto junto ao público-alvo.
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Design thinking para times remotos
Assim como outras metodologias ágeis, o design thinking tem se mostrado muito eficiente no trabalho remoto. Dado o distanciamento inerente ao modelo virtual, são necessárias dinâmicas virtuais bem estruturadas e conduzidas, para que as videochamadas alcancem o engajamento. E para que, portanto, os resultados esperados sejam atingidos.
Nesse sentido, o design thinking entra como uma ferramenta assertiva: para as lideranças, estrutura a condução de tarefas; para os colaboradores, aprimora o trabalho em equipe e a experiência de uma forma geral.
Desafios da colaboração remota
Barreiras comuns que as equipes remotas são lacunas de comunicação, falta de alinhamento e dificuldade de colaboração contínua. Sem interações presenciais, nuances importantes podem ser perdidas. Além disso, pode ficar mais difícil para times remotos sincronizarem fusos horários, objetivos, prioridades e o progresso. E o processo colaborativo, tão importante para cultura e inovação, também podem ficar comprometidos em equipes remotas.
Esses desafios, se não forem solucionados, podem levar a mal-entendidos, queda de produtividade e inovação limitada. Ferramentas de design thinking, inclusive aplicadas isoladamente em outras dinâmicas cotidianas da organização, ajudam a superar esses obstáculos do trabalho remoto.
Benefícios do design thinking para equipes remotas
- Estrutura: ajuda a organizar processos colaborativos de forma clara e objetiva.
- Alinhamento em equipes remotas: mesmo com barreiras físicas, a equipe se mantém conectada e interativa.
- Criatividade: estimula o processo de cocriação, mesmo em equipes fisicamente dispersas.
- Resolução de desafios interdepartamentais: facilita a colaboração estruturada entre diferentes áreas da organização.
- Iteratividade: garante a melhoria contínua de um produto ou processo organizacional, o que é vital para que as empresas se adaptem às mudanças constantes do mercado.
- Aumento da eficiência: aprimora o trabalho em equipe e reduz o retrabalho, economizando tempo e recursos.
- Cultura de inovação: organizações que estimulam metodologias ágeis conseguem focar melhor na solução de problemas reais, mantendo a equipe motivada, engajada e satisfeita com as entregas, e escalando resultados.
Passos práticos para design thinking com equipes remotas
Para implementar o design thinking na colaboração virtual, veja como desenvolver os principais passos abaixo:
Como criar espaços de empatia
Explore ferramentas digitais, como Miro e MURAL para mapear insights e construir personas. Aqui, as trocas não podem ser limitadas. Talvez seja a etapa mais longa, junto com a prototipagem. É preciso explorar ao máximo as interações e os insights com o público-alvo da solução a ser desenvolvida. Isso é fundamental para o sucesso da etapa da empatia do design thinking.
Como fazer brainstorm virtual
Faça videoconferências e use quadros brancos digitais para a colaboração virtual. Explore softwares de metodologias ágeis – há diversos gratuitos disponíveis no mercado, como Notion, Miro, MURAL e Jamboard. (Sim, algumas ferramentas digitais podem ser usadas em diferentes etapas do design thinking.)
Como simplificar a prototipagem
É crucial que o protótipo seja fácil de executar. Ferramentas como Figma, Sketch e InVision facilitam a criação de protótipos digitais. A inteligência artificial generativa (Gen AI) também ajuda muito nessa etapa e nas outras etapas também, com os prompts adequados. No caso de a solução ser um hardware (peça física), você vai precisar de um laboratório para desenvolvê-la. Parcerias com universidades ou outros players de mercado são fundamentais para tal.
Como realizar testes rápidos
Envolva os usuários por meio de testes remotos ou presenciais. Colete feedbacks e entenda o que funcionou e o que precisa ser aprimorado. Plataformas como Zoom, Google Meet e Google Forms são essenciais nessa etapa.
Desenvolvimento de Carreira
Explore o potencial de times remotos
O design thinking é uma abordagem poderosa para resolver desafios, especialmente em equipes remotas que podem enfrentar dificuldades para interagir e cocriar. Com ênfase na empatia em relação ao público-alvo, na criatividade e na colaboração genuína, o design thinking transforma ideias e problemas complexos em soluções inovadoras e eficazes.
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Sobre o autor
Paula lidera o Marketing da Deel no Latam. Com mais de uma década de experiência em startups, ela já comandou projetos de Inbound Marketing e Inside Sales para mais de 50 empresas. Defensora do trabalho remoto e flexível como o futuro do trabalho, Paula acredita que ele traz de volta a paixão e a humanidade às nossas rotinas, criando pontes entre fronteiras e unindo o mundo do trabalho. Nos intervalos para o almoço, você pode encontrá-la no mar, praticando kitesurf.