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11 min read

Como testar IA na sua empresa: guia passo a passo

IA

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Autor

Paula Machado

Última atualização

11 novembro, 2025

Table of Contents

O que é um projeto-piloto de IA?

Etapa 1: identifique um problema de negócio que a IA possa resolver

Etapa 2: escolha um caso de uso de baixo risco e alto valor

Etapa 3: escolha a ferramenta ou o parceiro de IA certo

Etapa 4: meça os resultados e aprimore o processo

Evitando armadilhas comuns em projetos-piloto de IA

IA que inspira confiança

Embora a inteligência artificial (IA) pareça estar em todos os lugares, estudos recentes mostram que cerca de 95% dos projetos-piloto de IA falham em gerar valor real para o negócio. Com o acesso facilitado a ferramentas como ChatGPT e Gemini, muitas organizações têm adotado uma abordagem improvisada — algo como “testar fluxos de IA e ver o que funciona”. O resultado? Desperdício de recursos, riscos de compliance e até desconfiança entre os colaboradores.

Testar IA com sucesso exige planejamento, mas é mais viável do que parece. Neste guia, você vai aprender como começar a IA com um piloto seguro, mensurável e preparado para gerar resultados — desde a definição de métricas de sucesso até a escolha do parceiro certo. Nosso objetivo é ajudar você a evitar os erros mais comuns e garantir que seu projeto faça parte dos 5% que realmente dão certo.

O que é um projeto-piloto de IA?

Um projeto-piloto de IA é uma implementação em pequena escala de uma ferramenta ou processo de inteligência artificial, criada para testar como a IA resolve um problema específico. A principal vantagem de testar IA nesse formato é poder medir a viabilidade, a funcionalidade e o impacto nos negócios antes de expandir o uso da tecnologia para toda a empresa.

Dependendo do caso de uso, o piloto pode ser conduzido em um ambiente de simulação (sandbox) ou restrito a uma equipe ou departamento. Manter o novo processo de IA separado das operações diárias é essencial — não apenas para reduzir riscos, mas também para medir resultados com precisão.

Em resumo, um projeto-piloto de IA deve ser:

  • Mensurável: os resultados podem ser acompanhados com métricas de sucesso claras.
  • De baixo risco: escopo limitado, com proteções que evitem grandes impactos.
  • Direcionado: focado em um problema de negócio específico e bem definido.
  • Escalável: estruturado para que os resultados positivos possam ser ampliados depois.
  • Prático: resolve uma dor real, e não apenas um experimento com uma ferramenta “da moda”.

Etapa 1: identifique um problema de negócio que a IA possa resolver

Não comece pela tecnologia — comece pelo desafio de negócio. Muitos projetos de IA fracassam porque uma nova ferramenta surge prometendo transformar tudo, e as equipes tentam encaixá-la à força em seus processos, sem antes se perguntar se ela realmente resolve um problema.

O segredo para começar a IA com o pé direito é começar pequeno. Existe alguma tarefa que consome horas de trabalho dos colaboradores, mas que não exige julgamento humano? Esses são os melhores pontos de partida para testar IA — automatizando processos repetitivos e baseados em regras simples, que geram resultados rápidos e mensuráveis.

Para identificar essas oportunidades de melhoria (“low-hanging fruits”), faça a si mesmo algumas perguntas:

  • A tarefa é repetitiva, baseada em regras e frequente?
  • Os dados e regras são claros e estruturados, sem necessidade de julgamento humano complexo?
  • Há um resultado mensurável (por exemplo, tempo economizado, menos erros ou entregas mais rápidas)?
  • Automatizar essa tarefa reduz riscos e libera tempo dos colaboradores para atividades mais estratégicas?
  • É possível testar a IA de forma segura, sem causar grandes interrupções nas operações principais?

Exemplos: projetos simples para testar IA

Se estiver com dificuldade para identificar por onde começar a IA na sua empresa, aqui estão alguns exemplos práticos.

Operações gerais de negócios

  • Processar faturas e reembolsos de despesas rotineiras
  • Automatizar respostas a perguntas frequentes de clientes
  • Direcionar chamados de suporte para a equipe correta
  • Gerar relatórios ou dashboards recorrentes
  • Aprovar solicitações padronizadas (como férias ou viagens)

Operações de RH

  • Fazer triagem inicial de currículos (anos de experiência, certificações etc.)
  • Agendar entrevistas em diferentes fusos horários
  • Processar documentos de onboarding (verificação de identidade, cadastro de benefícios)
  • Atualizar registros de funcionários em vários sistemas
  • Gerar relatórios padrão de RH (como headcount e taxa de rotatividade)

Folha de pagamento

  • Calcular a folha em múltiplas jurisdições
  • Detectar entradas duplicadas ou ausentes
  • Validar horas extras, descontos e bônus
  • Cruzar taxas e contribuições fiscais
  • Reconciliar discrepâncias entre sistemas

Compliance e gestão de risco

  • Monitorar mudanças regulatórias em diferentes regiões
  • Sinalizar documentação de compliance incompleta
  • Acompanhar renovações de licenças e certificações
  • Executar verificações rotineiras de auditoria
  • Rastrear transações ou pagamentos com possíveis irregularidades

TI

  • Redefinir senhas e desbloquear contas de funcionários
  • Gerenciar acessos de usuários quando entram ou saem da empresa
  • Monitorar logs de sistema em busca de erros conhecidos ou atividades suspeitas
  • Executar atualizações e correções de software de forma automática
  • Resolver chamados simples de helpdesk (como configuração de VPN ou acesso à impressora)
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Etapa 2: escolha um caso de uso de baixo risco e alto valor

Começar pequeno não significa ter pouco impacto. Ao escolher o primeiro projeto para testar IA, use a Matriz de Esforço e Impacto para identificar iniciativas que possam gerar resultados significativos se forem bem-sucedidas — mas que causem poucos danos se algo não sair como esperado.

Garanta que seus primeiros pilotos atendam a estes critérios:

  • Processo de alto volume
  • Baixo risco reputacional
  • Resultado claro e mensurável (como tempo economizado ou redução de erros)

Exemplos práticos incluem automatizar cálculos de folha de pagamento para reduzir erros manuais, usar IA para triagem de currículos e acelerar o recrutamento, ou implementar ferramentas de compliance que sinalizam documentos ausentes em diferentes jurisdições.

Além de serem casos de uso de baixo risco e alto valor, priorize projetos que entreguem resultados em poucas semanas, não em meses. Conquistar vitórias rápidas ajuda a criar credibilidade, confiança e entusiasmo pela IA, fortalecendo uma cultura de inovação. Isso torna muito mais fácil aprovar iniciativas mais ambiciosas no futuro.

Se o seu piloto for voltado ao RH, defina com clareza o limite entre o que pode ser automatizado e o que deve continuar nas mãos humanas — e garanta que o projeto esteja do lado certo desse limite.

Etapa 3: escolha a ferramenta ou o parceiro de IA certo

Depois de definir o que você quer alcançar, o próximo desafio é selecionar a solução de IA ideal. O mercado está repleto de opções de todos os tipos — desde ferramentas especializadas para fluxos específicos até plataformas completas que prometem automação de ponta a ponta.

Leitura recomendada: AI Agents, Chatbots e Copilots: como escolher a melhor opção. Nesse guia, exploramos diferentes tipos de tecnologias de IA, suas capacidades e limitações, e apresentamos um checklist prático para ajudar você a escolher a opção mais adequada para o seu caso de uso.

Ao testar IA em sua organização, priorize credibilidade em vez de promessas exageradas. É comum que o entusiasmo em torno da IA leve equipes a adotar ferramentas que “fazem de tudo”, mas que não se encaixam nas necessidades reais do negócio.

Aqui estão alguns critérios essenciais para avaliar antes de tomar uma decisão:

  • Histórico comprovado em setores semelhantes
  • Transparência no uso e tratamento de dados
  • Integração com os sistemas já existentes
  • Escalabilidade para futuras expansões
  • Atendimento ao cliente ágil e confiável
  • Casos reais de sucesso de clientes
  • Certificações de segurança e compliance (como GDPR e SOC 2)
Navegando pelo EU AI Act: garantindo compliance e mitigando riscos

Se sua empresa opera na União Europeia, é fundamental garantir que qualquer nova ferramenta de IA esteja em conformidade com o EU AI Act. Nesse webinar, a especialista em compliance Emily Johnson explica os principais pontos da regulamentação — seu propósito, escopo, aplicação e desenvolvimentos futuros.

Depois de restringir sua busca às opções mais promissoras, reúna o máximo de informações possíveis antes de escolher. Isso é especialmente importante ao começar a IA em áreas como RH e folha de pagamento, em que precisão, privacidade de dados e compliance são fundamentais.

Se possível, agende uma demonstração das ferramentas finalistas para entender melhor como funcionam e fazer perguntas específicas, como:

  • Como a solução evita viés e erros?
  • Como os dados sensíveis dos funcionários são protegidos?
  • Qual é o tempo médio para obter ROI?

Escolher a ferramenta certa para testar IA significa focar em um caso de uso principal, com métrica de sucesso bem definida e custos controlados. Evite começar com plataformas complexas e caras que prometem resolver tudo de uma vez. Mas pense no futuro: se o piloto for bem-sucedido, você vai precisar de uma solução capaz de escalar junto com a empresa. Na prática, isso significa escolher ferramentas que suas equipes não técnicas consigam usar com facilidade — e que não se tornem financeiramente inviáveis à medida que o projeto crescer.

Etapa 4: meça os resultados e aprimore o processo

Um dos fatores mais importantes para o sucesso ao testar IA é medir o ROI de forma adequada. Em um projeto-piloto, o ideal é escolher uma métrica principal de sucesso — ou pelo menos definir qual será a prioridade entre elas. Essa métrica pode estar relacionada à redução de tempo, diminuição de custos, mitigação de riscos ou outros indicadores.

Mas o sucesso de um projeto-piloto vai além do ROI. Antes de avançar para a próxima fase, colete feedback qualitativo das equipes envolvidas. Avalie diferentes aspectos do piloto, como:

  • Usabilidade e adoção: “A ferramenta foi fácil de usar?” “A integração com os fluxos de trabalho foi simples?”
  • Precisão e confiabilidade: “Com que frequência os usuários precisaram corrigir erros?” “Os erros eram pequenos ou causavam bloqueios?”
  • Eficiência e valor: “Quanto tempo foi economizado em comparação com o processo anterior?” “O piloto reduziu tarefas manuais e repetitivas?”
  • Experiência de trabalho: “O uso da IA aumentou a satisfação ou reduziu a frustração?” “Os usuários se sentem mais confiantes no trabalho com apoio da IA?”
  • Próximos passos: “Que outras tarefas poderiam ser automatizadas?” “Há riscos ou pontos cegos não previstos no escopo inicial?”

Quando seu piloto comprovar valor, atingir estabilidade e ganhar a confiança dos usuários, é hora de planejar a próxima iteração — aprimorando desempenho e ampliando o escopo sem perder o foco.

Expanda o escopo gradualmente

Comece com um único processo ou equipe, e só depois amplie para outros times, regiões ou fluxos de trabalho. Se o piloto for bem-sucedido, a nova solução de IA pode ser implementada em toda a empresa — mas evite fazer isso de forma prematura. Equilibre velocidade e controle, e use os primeiros usuários como embaixadores internos para incentivar a adoção e gerar entusiasmo.

Aumente a complexidade passo a passo

Se você começou automatizando tarefas simples e baseadas em regras, o próximo passo é evoluir para processos moderadamente complexos — por exemplo, passar de uma simples entrada de dados para verificação de documentos. Siga os mesmos princípios do projeto inicial: não pule etapas e mantenha humanos no processo para garantir conformidade e reduzir riscos à medida que a complexidade aumenta.

Integre aos sistemas existentes

Se o piloto foi conduzido em um ambiente isolado (sandbox), é o momento de conectá-lo a sistemas como o SIRH, plataformas de folha de pagamento ou painéis de compliance. Na segunda fase, automatize o fluxo de dados e treine os usuários para acessar os recursos com IA dentro das ferramentas que já utilizam. Isso reduz atrito, melhora a adoção e amplia os resultados.

Fortaleça os ciclos de feedback

Crie ciclos de feedback constantes — e, se possível, automatizados, para não deixá-los se perderem no dia a dia. Combine dados estruturados (como notas e checklists) com comentários abertos ou entrevistas.

Dê prioridade ao feedback de quem usa a ferramenta na linha de frente, não apenas de gestores. Esses usuários trazem as percepções mais precisas sobre usabilidade, eficiência e tempo economizado. A transparência é essencial para uma adoção tranquila de IA: mostre aos funcionários como suas opiniões influenciam melhorias e reforce que relatar problemas cedo ajuda o sucesso coletivo.

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Evitando armadilhas comuns em projetos-piloto de IA

Voltando à estatística inicial: apenas 5% dos pilotos de IA geram resultados reais de negócio. Então, o que impede os demais de alcançar esse sucesso? Além de ignorar as boas práticas que vimos até aqui, existem alguns erros frequentes:

Falta de conhecimento especializado

Segundo pesquisa do MIT, projetos de IA conduzidos com parceiros externos têm quase o dobro da taxa de sucesso em comparação aos desenvolvidos internamente (aproximadamente 67% contra 33%). Equipes internas conhecem profundamente o negócio, mas nem sempre dominam a construção de processos e produtos de IA. Com a evolução rápida da tecnologia, insistir em um piloto “faça você mesmo” pode atrasar resultados ou gerar falhas.

Se o projeto estiver equilibrado na matriz de Impacto x Esforço, formar uma parceria externa pode valer o investimento. O parceiro certo traz expertise, infraestrutura e mecanismos de segurança que aceleram resultados e reduzem riscos.

Falta de integração

Pedir que as equipes alternem entre várias plataformas gera resistência e atrito na adesão. Além disso, sistemas fragmentados aumentam os pontos de falha. Embora seja recomendável testar IA em sandbox quando há dados sensíveis, o objetivo final deve ser integrar a solução aos sistemas que os colaboradores já usam.

Subestimar a importância da prontidão para mudanças

Uma cultura preparada para a mudança não surge sozinha — precisa ser cultivada. Isso é ainda mais importante quando se trata de IA, já que o tema pode gerar ansiedade entre os funcionários. A prontidão pode ser fortalecida ao apresentar a IA como uma aliada, não uma substituta, e comunicar com clareza como ela beneficia todos, não apenas a liderança. Além disso, treinar equipes em alfabetização digital e em IA ajuda a reduzir a curva de aprendizado e a aumentar a confiança — dois fatores decisivos para a adoção bem-sucedida.

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Paula lidera o Marketing da Deel no Latam. Com mais de uma década de experiência em startups, ela já comandou projetos de Inbound Marketing e Inside Sales para mais de 50 empresas. Defensora do trabalho remoto e flexível como o futuro do trabalho, Paula acredita que ele traz de volta a paixão e a humanidade às nossas rotinas, criando pontes entre fronteiras e unindo o mundo do trabalho. Nos intervalos para o almoço, você pode encontrá-la no mar, praticando kitesurf.