RH gestor: como liderar contratações internacionais

As fronteiras tradicionais do trabalho se dissolveram. Com o modelo remoto e um mercado cada vez mais globalizado, empresas de todos os tamanhos e setores estão conseguindo acessar talentos além-fronteiras.

A contratação internacional é uma tendência crescente porque facilita o recrutamento de pessoas especializadas e impulsiona a inovação, a diversidade e as vantagens competitivas dos negócios. Inclusive, é muito utilizada como caminho para a expansão global: primeiro, a empresa contrata profissionais locais; a partir do trabalho com eles, entende o mercado regional e, assim, constrói melhores estratégias de desenvolvimento.

Nesse contexto, a gestão de pessoas assume um protagonismo inédito. Não é à toa que o termo “RH gestor” se popularizou nos últimos anos, marcando a importância decisiva da área de Recursos Humanos para o crescimento dos negócios atualmente.

Neste artigo, você vai ter uma visão geral do que a liderança de RH moderna está implementando ao redor do mundo, a partir das experiências da Deel com mais de 30 mil empresas e contratações internacionais em mais de 150 países. Também veja como liderar a expansão da equipe com sucesso, considerando estrutura de gestão, conformidade legal e fiscal, habilidades interpessoais, e ferramentas digitais de RH.

O papel estratégico do “RH gestor” na contratação global

Nas empresas modernas, os profissionais de RH deixaram de ser executores de processos administrativos da gestão de pessoas para se tornar um perfil estratégico. Isso porque seu papel ganhou ainda mais responsabilidades no cenário atual, como:

• Atração e retenção de talentos qualificados para os desafios e mudanças crescentes
• Gestão do trabalho remoto e híbrido com equipes diversas em vários aspectos – de fuso horário a idades, origens e culturas
• Qualificação contínua da equipe em hard skills (habilidades técnicas) e soft skills (habilidades comportamentais) que atenda às transformações contemporâneas
• Construção de uma cultura organizacional positiva com alinhamento consistente, fundamental para o engajamento do time e os resultados de negócio
• Promoção do bem-estar e do desenvolvimento de todos os colaboradores
• Planejamento da expansão do time em novos mercados
• Onboarding e gestão digital remota de funcionários e freelancers

Por isso é que, nos últimos anos, vimos a ascensão do papel de CHRO (Chief Human Resources Officer) ao nível estratégico nas organizações. Hoje, é o cargo com a missão crucial de encontrar as melhores pessoas para os desafios de um negócio – e, além disso, de geri-las com eficiência, conformidade e resultados tangíveis. Um desafio que fica ainda maior quando se trata de uma equipe internacional.

A liderança de RH também se tornou peça-chave para desenhar e liderar a expansão dos negócios através das suas pessoas. A maioria das startups, por exemplo, iniciam a entrada em novos mercados recrutando profissionais no local. Para isso, precisam de um RH qualificado e ágil em contratação internacional, capaz de traçar a estratégia e as parcerias certas nessa jornada.

Cargos de RH

O termo CHRO (Chief Human Resources Officer) é o mais comum para designar a liderança máxima em Recursos Humanos em uma organização, mas há outros títulos equivalentes. Eles costumam variar conforme o país, o setor, a estrutura e a cultura da empresa.

Os principais cargos de RH no mercado global hoje são:

1. Chief People Officer (CPO) – termo cada vez mais comum, especialmente em empresas que valorizam cultura organizacional e experiência do colaborador
2. Chief Human Capital Officer (CHCO) – mais comum em organizações multilaterais, ONGs globais, e setor público e governamental dos EUA, além de empresas que tradicionalmente designam seus talentos como capital humano
3. Diretor de RH – mais utilizado em países que possuem estruturas tradicionais no mercado de trabalho, como Canadá e Reino Unido; também aplicado em documentos técnicos de negócio
4. Chief Talent Officer (CTO) – cargo focado em atração, desenvolvimento e retenção de talentos
5. EVP de RH (Vice-presidente executivo de RH) ou VP de RH – título comum em empresas com estrutura hierárquica mais tradicional
6. SVP de RH (Vice-presidente sênior de RH) – similar ao VP de RH, podendo ou não ter o mesmo nível de autoridade de um CHRO
7. Head de People – mais usado em startups e scale-ups, podendo ser equivalente ao CHRO, mas não considerado C-level em alguns casos
8. VP de People ou VP de People Operations – comum em startups e empresas de tecnologia, podendo estar um nível abaixo do C-level ou no mesmo nível, dependendo da estrutura
9. Diretor de Pessoas & Cultura – usado por empresas com foco em cultura organizacional e employer branding
10. Business Leader de RH – termo mais abrangente que pode ser usado tanto para cargos C-level de RH quanto para líderes regionais ou de unidades

Principais responsabilidades ao liderar contratações internacionais

A atuação do RH em empresas que querem expandir globalmente deve começar na estratégia e no desenho do plano de negócio. Isso porque abrir uma vaga internacional envolve diversas questões. Abaixo, listamos as principais delas, com dicas de como respondê-las:

• Quais mercados priorizar para encontrar as habilidades necessárias?
  O gestor de RH precisa conhecer os principais pools de talentos globais para cada função específica. Dependendo da área ou da demanda, alguns países são mais recomendados que outros para atrair os profissionais certos.
• Qual é o modelo de contratação certo?
  A liderança de RH precisa conhecer as regras internacionais de contratação de pessoas. A maioria dos países exige, por exemplo, que a empresa tenha uma subsidiária registrada no local da contratação. O caminho mais escolhido pelas empresas mundialmente é contratar via Employer of Record (EOR) ou contratado independente (“IC” na sigla em inglês), pois exime da necessidade de abrir uma subsidiária no exterior, ao mesmo tempo em que mantém contratos legais. Escolher a melhor alternativa para a contratação internacional é uma decisão que envolve colaboração direta com o jurídico, o financeiro e as lideranças da empresa. Isso porque impacta em tarefas administrativas, custos e prazos.
• Quais os requisitos para liderar o recrutamento internacional de talentos?
  Ao coordenar a contratação internacional, o RH precisa ter conhecimento dos modelos de contrato compatíveis no país do profissional, e das regras de compliance trabalhista e fiscal, além de fazer a estruturação correta dos pacotes de benefícios, do onboarding remoto e da gestão do contratado.
• Como alinhar estratégia de RH com contratação global?
  O RH deve acompanhar de perto o plano de negócio, participando de comitês de expansão e atuando como ponte entre as demandas da liderança e a realidade jurídica e operacional dos países-alvo dos talentos.

5 estratégias de recrutamento internacional para gestores de RH

Listamos abaixo as principais estratégias que o RH deve aplicar na contratação internacional, com base na experiência da Deel junto a mais de 30 mil empresas, e talentos contratados em mais de 150 países:

1. Políticas de recrutamento internacional em RH

O primeiro passo da contratação internacional deve ser a elaboração dos guidelines universais para contratar no exterior.

Dicas:

• Construa um manual que padronize os critérios do recrutamento
• Entenda a proposta de valor da empresa para comunicá-la bem no anúncio das vagas
• Use plataformas de acesso a um pool global de talentos
• Pesquise canais locais de atração de talentos
• Mapeie hubs de inovação e profissionais especializados
• Implemente a automação da verificação de antecedentes localmente
• Crie kits de comunicação para recrutadores regionais
• Reforce o trabalho de employer branding internacional
• Considere margens de ajustes de acordo com as especificidades de cada país – como expectativas salariais e características culturais

2. Conformidade legal e fiscal

Ao consolidar a contratação internacional, o RH deve saber navegar pelas diferentes legislações trabalhistas e obrigações tributárias locais.

Dicas:

• Estude as leis e regras fiscais relacionadas ao trabalho no país da contratação
• Estude os requisitos de proteção de dados vigentes no país
• Entenda como classificar corretamente o contratado – como funcionário ou freelancer (prestador de serviços)
• Garanta a conformidade de cada contrato de acordo com as regulamentações e também as nuances jurídicas da cultura local
• Acesse parceiros jurídicos locais e use plataformas com expertise em compliance global
• Acompanhe as mudanças regulatórias locais

3. Aspectos culturais na liderança de contratações internacionais

O sucesso da contratação internacional não depende apenas de atender à conformidade, mas também do “RH gestor” saber como gerenciar equipes multiculturais em RH.

Dicas:

• Estruture um onboarding remoto eficiente e seguro
• Gerencie fusos horários e estruture a comunicação assíncrona
• Atue como facilitador intercultural, promovendo a inclusão, o respeito às diferenças e a criação de pontes entre formas distintas de trabalhar
• Considere diferentes estilos de comunicação entre os profissionais internacionais
• Desenhe e comunique bem as relações hierárquicas e os códigos de conduta
• Desenvolva programas de sensibilização cultural com todo o time, com workshops e encontros virtuais informais

4. Onboarding de talentos no exterior

Integrar bem é tão estratégico quanto contratar bem – e o RH, de novo, é o responsável por essa etapa crucial, que define o sucesso da contratação.

Dicas:

• Estruture um processo de onboarding remoto padronizado e de fácil acesso online
• Centralize a coleta da documentação
• Automatize etapas burocráticas com plataformas de contratação internacional
• Garanta a proteção dos dados da empresa e do contratado
• Considere a flexibilidade do onboarding de acordo com diferenças de fuso horário e culturais
• Esclareça as expectativas da empresa em relação ao contratado e vice-versa
• Monte uma estrutura de “mentores” do onboarding – colaboradores que acompanham o recém-chegado nos seus primeiros meses
• Fomente o engajamento desde o primeiro dia com processos ágeis, amigáveis e transparentes

5. Gestão de RH remota de colaboradores internacionais

O último passo é, então, a gestão do talento internacional, que envolve diferentes atribuições do RH.

Dicas:

• Crie jornadas de desenvolvimento internacionais, capazes de atender upskilling e reskilling independente de onde o colaborador ou freelancer estiver
• Implemente ferramentas de feedback e avaliação de desempenho online, fáceis de visualizar tanto para o RH, quanto para o profissional e o seu gestor
• Estruture PDIs personalizados – softwares de RH já conseguem ajudar nessa tarefa

Ferramentas e plataformas para apoiar líderes de RH

Cada vez mais, as empresas modernas – de todos os tamanhos e setores – têm adotado ferramentas e plataformas terceirizadas de RH, como sistemas de SIRH global, ERPs com módulo internacional, e softwares de gestão de performance remota.

O primeiro benefício desse recurso é viabilizar a contratação e gestão internacional de talentos via EOR (Employer of Record – Empregador Registrado). As plataformas de RH mais avançadas – como a Deel – conseguem contratar de forma legal, checando todos os requisitos legais e fiscais do país do profissional de forma automatizada.

Além disso, conseguem automatizar outras etapas da contratação, como: elaboração de contratos, folha de pagamento, benefícios, onboarding digital e gestão dos contratos. Dessa forma, o RH simplifica tarefas administrativas e burocráticas, mitiga riscos e reduz custos. E, assim, também torna mais fácil escalar a expansão global de talentos sem aumentar custos.

Outra vantagem é a centralização de dados do RH em uma única plataforma que faz análises e gera relatórios automáticos, ao mesmo tempo em que garante a segurança dos dados e das operações. Isso dá uma visibilidade 360º e em tempo real – um diferencial estratégico na gestão de pessoas, especialmente quando se trata de equipes remotas.

Como otimizar processos na gestão de RH

A otimização do RH é um passo acessível para qualquer organização hoje em dia, devido às tecnologias disponíveis globalmente. E, por isso, as empresas que não modernizam o seu RH saem perdendo na atração e retenção de talentos, e também se tornam menos competitivas em termos operacionais.

Para otimizar processos de RH, considere:

• Contratar via EOR – o modelo mais utilizado atualmente por empresas que querem encontrar talentos no exterior e expandir o negócio com facilidade e segurança
• Implementar softwares que automatizam tarefas – desde a elaboração de contratos em conformidade até a geração de dashboards de desempenho
• Usar ferramentas e plataformas de RH – que centralizam a contratação, o onboarding e a gestão de pessoas
• Escolher plataformas fáceis de integrar aos sistemas da empresa e que consigam fazer a geração de relatórios de RH alinhados com os KPIs corporativos da área de pessoas

Como a Deel ajuda líderes de RH a contratar no exterior

A Deel é uma plataforma de RH global que assume todas as responsabilidades das contratações internacionais da sua empresa, com conformidade legal e fiscal, e processos automatizados.

Com a Deel, você consegue:

• Gerenciar contratos, benefícios, onboarding e folha de pagamento em mais de 150 países com garantia de conformidade
• Alternar facilmente entre modelos de contratação – EOR ou freelancer – com suporte jurídico e tributário integrado
• Capacitar o RH com painéis intuitivos, relatórios globais e suporte 24/7
• Atender aos requisitos internacionais de proteção de dados

Lidere a contratação internacional com eficiência e tranquilidade: conheça a plataforma global da Deel que ajuda líderes de RH a contratar, integrar e gerenciar equipes internacionais em um só lugar.

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