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Artigo

18 min read

Contratação internacional: o que muda nas startups no Brasil

Contratação internacional

Gestão de prestadores de serviços

Employer of Record

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Autor

Paula Machado

Última atualização

26 maio, 2025

Publicado

26 maio, 2025

Índice

O que é uma startup

Ecossistema de startups no Brasil

Desafios das startups do Brasil

Por que a contratação internacional atrai startups

Principais modelos de contratação para startups

Considerações legais e regulatórias

Implicações financeiras e fiscais

Contratação e documentação

Armadilhas comuns e como evitá-las

Melhores práticas para gerenciamento de equipes internacionais

Como a Deel ajuda startups a contratar no exterior

Principais conclusões
  1. As startups, pela sua natureza de tecnologia e inovação, precisam estar à frente das tendências globais de mercado. Uma delas é a contratação internacional de talentos, que amplia o acesso a talentos cruciais para a evolução do negócio.
  2. Mesmo empresas em estágio inicial podem contratar no exterior, através de plataformas de RH modernas que simplificam a contratação remota, ao mesmo tempo em que garantem o compliance trabalhista e fiscal em cada país – desde a classificação de funcionário até os encargos e regimes tributários específicos.
  3. O EOR (Employer of Record) tem sido a alternativa mais buscada por startups globais para contratar pessoas no exterior, pela agilidade, redução de custos, e segurança operacional.

O número de empresas brasileiras que buscam talentos no exterior aumentou 24% em 2024, segundo reportagem da EXAME. Dentre elas, estão as startups – empresas jovens de base tecnológica (veja definição abaixo). Por várias razões, que iremos discutir neste artigo, elas estão impulsionando o crescimento da contratação internacional de talentos no mercado brasileiro.

O movimento de buscar profissionais no exterior é encabeçado, principalmente, pelas áreas de tecnologia, produto e growth (crescimento de negócio). A escassez de talentos para preencher vagas no país, aliada à crescente demanda por inovação, tem levado os empreendedores brasileiros a expandir as fronteiras de seus negócios na busca por desenvolvedores de software, designers e desenvolvedores de produtos, e especialistas em estratégia de marketing e vendas, além de outros perfis técnicos estratégicos.

Essa tendência ganhou tração com a consolidação do trabalho remoto, e traz diversos benefícios aos
fundadores das startups no Brasil. Um deles, por exemplo, é acessar um pool maior de talentos e, de quebra, expandir a presença do negócio no exterior, abrindo novas oportunidades.

A modernização dos softwares de RH – também chamados de SIRH (sigla em inglês para Sistema de Informação de Recursos Humanos) – permite, hoje, que empresas em qualquer estágio otimizem a gestão de pessoas globalmente. Tarefas administrativas e burocráticas, checagem de compliance, folha de pagamento e muitas outras atividades do RH podem ser automatizadas e integradas desde o dia 1.

Isso possibilita uma coleta e análise de dados mais ampla, precisa, e segura, da gestão de talentos, levando a tomadas de decisão mais eficientes.

Dessa forma, as startups conseguem ser “born global” (nascida global), algo bastante valorizado pelos investidores. Isso porque o negócio já começa a jornada com a vantagem competitiva de ter um radar mais amplo sobre talentos e mercados internacionais.

Neste artigo, você vai ver tudo sobre a dinâmica da contratação internacional e o que muda para startups brasileiras no momento atual com SIHRs avançados. Conheça também os principais modelos de contratação compatíveis com o mercado de talentos internacionais, os requisitos legais e fiscais, as boas práticas na documentação, os erros mais comuns, e o funcionamento de soluções digitais de RH – como as da Deel – que facilitam e reduzem custos da gestão de talentos global.

O que é uma startup

Uma startup – em tradução literal, “começo" – é uma empresa jovem que vende um produto ou serviço baseado em tecnologia. Por isso, inclusive, a classificação de segmento das startups leva o termo “tech": edtech (startup de educação), agtech (startup do agronegócio), cleantech (startup de sustentabilidade), fintech (startup de serviços financeiros).

As startups estão em praticamente todos os setores hoje. Em termos regulatórios, são negócios que constituem uma PME (pequena ou média empresa). O que os categoriza como startup é a solução digital e inovadora que criam – seja um aplicativo de entregas ou um sistema de produção de energia sustentável altamente tecnológico.

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Ecossistema de startups no Brasil

As primeiras startups começaram a surgir no Vale do Silício, na Califórnia (EUA), no fim da década de 1990 e início dos anos 2000, com a popularização da internet. O Brasil desde já acompanhou o movimento global de surgimento de startups: em 1999, por exemplo, foi lançado o Buscapé, um portal de comparação de preços online, uma grande inovação à época.

Alguns anos depois, em 2006, nasceu o PagSeguro, que revolucionou os pagamentos digitais. Em 2012, tivemos a criação da 99 Táxis (que virou, mais tarde, apenas “99”), fazendo uma forte frente à Uber, fundada apenas dois anos antes na Califórnia. Outras duas startups brasileiras de sucesso global são Nubank e iFood – hoje grandes empresas reconhecidas no mundo todo pela inovação que trouxeram ao mercado.

Desafios das startups do Brasil

A evolução do ecossistema brasileiro de startup se acelerou muito nos últimos anos, especialmente pelo aumento de investidores estrangeiros aqui e o amadurecimento do mercado nacional – alavancando conhecimento, financiamento público e privado, e colaboração. E o cenário de investimentos continua positivo.

Entretanto, ainda existe um grande gargalo: o gap de talentos. Negócios tecnológicos e inovadores demandam profissionais qualificados – seja em hard skills (habilidades técnicas) ou soft skills (habilidades comportamentais).

Eles devem ter não apenas competências e experiências em tecnologia, mas também no estilo de trabalho de startup – que é muito peculiar. Algumas das principais características dele são:

  • Iniciativa e agilidade
  • Estrutura hierárquica horizontal
  • Cultura flexível
  • Adaptabilidade (a mercados, novas tecnologias, mudanças comportamentais dos consumidores, etc.)
  • Tomada de risco
  • Resiliência
  • Crescimento acelerado
  • Uso intensivo de tecnologias
  • Capacidade de entender diferentes áreas do negócio – porque o time é pequeno e também pela cultura de startup, que é baseada na troca sistemática entre todos, para melhores resultados no desenvolvimento de um produto ou na oferta de um serviço digital.

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Por que a contratação internacional atrai startups

  • Como vimos acima, as empresas brasileiras aumentaram a contratação internacional. No ano passado, o número de negócios daqui em busca de talentos no exterior subiu 24%. Como analisou a Você RH, a principal motivação para isso é a possibilidade de explorar uma vasta gama de talentos, promover a inovação e impulsionar o crescimento.

  • Startups vivem sob pressão constante de inovar e corrigir rápido, e escalar com agilidade sem comprometer a segurança e a robustez operacional. Para isso, acessar talentos globais se tornou uma vantagem competitiva — e, em muitos casos, uma necessidade básica.

  • Vantagens de contratar colaboradores do exterior para startups no Brasil:
  • Profissionais com experiência em mercados maduros

  • Diversidade de pensamento, essencial para soluções inovadoras

  • Especialistas em áreas competitivas, como IA, DevOps ou growth hacking

  • Melhor custo-benefício ao acessar talentos em países com estruturas salariais mais favoráveis ou carga tributária menor

  • Networking internacional e entendimento de novos mercados

  • Fortalecimento da cultura digital e ágil desde o início

Principais modelos de contratação para startups

As startups do Brasil têm diferentes opções para a contratação internacional. As mais comuns são:

a) Colaborador em tempo integral via EOR (Employer of Record)

Plataformas como o Deel EOR permitem que startups contratem formalmente um colaborador em outro país sem precisar abrir uma entidade local. O EOR atua como empregador legal, cuidando da conformidade trabalhista, folha de pagamento, benefícios e impostos. Ao mesmo tempo, o profissional trabalha 100% dedicado à startup contratante, e ela tem visibilidade e controle de toda a gestão do funcionário.

b) Freelancer ou contratado independente

Outra abordagem comum é a contratação como prestador de serviços – “freelancers” ou IC (Contratado Independente). É um modelo cada vez mais usado globalmente, pela flexibilidade que permite tanto ao profissional quanto à empresa. Hoje, plataformas modernas já permitem a gestão de freelancers de forma simples e com 100% de conformidade legal e fiscal nos países onde eles estão alocados. Com elas, é possível gerir e pagar prestadores de serviços internacionais com mais facilidade e segurança.

c) Quando usar cada modelo

  • EOR é ideal quando o profissional atua em tempo integral, com horários definidos, e em um contrato de longo prazo

  • Freelancers se aplicam bem em projetos temporários, funções parciais, ou para evitar custos fixos na operação – o que é importante para negócios em fase inicial, como as startups

Ao fazer a escolha, considere:

Desde a primeira contratação da Deel, nosso relacionamento não parou e agora nossa equipe está no Equador, Argentina, México, Bolívia e outros 5 países, incluindo a Espanha

Juan Pablo Montoya,

Cofundador da Momentu

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Considerações legais e regulatórias

A contratação internacional exige atenção a uma série de normas:

1. Riscos de classificação

Classificar um colaborador como freelancer quando, na verdade, a sua atuação se configura como relação de emprego, acarreta em complicações legais e financeiras. E isso tanto no Brasil quanto no país de residência do profissional. O risco da chamada “misclassification” (classificação incorreta) inclui multas, litígios, e passivos trabalhistas.

2. Imigração e vistos

Startups brasileiras que desejam manter profissionais no exterior precisam considerar os trâmites de visto e autorização de trabalho (“work permit”), além das obrigações com os órgãos regulatórios locais – que mudam de um país para outro.

3. Leis trabalhistas estrangeiras

Mesmo que a startup esteja no Brasil, pode estar sujeita às leis do país do profissional estrangeiro. Por isso, é fundamental conhecer todas as obrigações legais envolvidas em cada país, e como cumpri-las.

Os requisitos legais para contratação internacional em startups brasileiras incluem conformidade trabalhista, previdenciária e fiscal.

Implicações financeiras e fiscais

Contratar internacionalmente também tem impactos diretos na gestão financeira da startup:

  • Retenções e remessas: ao enviar valores para o exterior, pode haver necessidade de retenção de impostos (IRRF), registro no Siscoserv e geração de contratos formais para justificar as operações cambiais.

  • Tributação diferenciada: contratar via EOR tem implicações fiscais diferentes de contratar freelancers. O EOR já inclui impostos e benefícios no custo mensal, enquanto prestadores de serviços exigem análise caso a caso.

  • Folha de pagamento internacional: as startups devem centralizar o controle de salários, pagamentos e contratos para garantir transparência e compliance, peças-chave para a consolidação do negócio.

Contratação e documentação

Um dos pilares da contratação internacional bem-sucedida é a documentação adequada. Abaixo, confira o que sua startup precisa observar nessa etapa:

1. O que incluir no contrato internacional:
  • Escopo de trabalho claro
  • Expectativas de horários e entregas
  • Jurisdição aplicável
  • Data, moeda e a forma do pagamento internacional
  • Cláusulas de propriedade intelectual e confidencialidade
2. Modelos vs. personalização jurídica

Plataformas confiáveis oferecem modelos validados por advogados locais. Mas, além disso, é importante revisar cada contrato com um suporte jurídico especializado nas leis locais, adequando cláusulas a contextos específicos.

3. Tipo de contrato
  • Para funcionários via EOR: contrato trabalhista internacional
  • Para freelancers: contrato de prestação de serviços com cláusulas específicas para evitar vínculo empregatício.

Armadilhas comuns e como evitá-las

As startups comumente pecam por desconhecimento – seja porque a maioria dos fundadores são profissionais jovens, ou por realmente estarem fazendo algo inovador e, portanto, ainda desconhecido.

Nessa jornada, os erros mais comuns incluem:

  • Não validar visto de trabalho do colaborador internacional (ex: status migratório irregular)

  • Não adaptar benefícios e salários ao mercado local, o que impacta em atração e retenção, e até em compliance

  • Não cumprir as obrigações de conformidade dos países, que variam de um para outro, e incluem impostos e deduções, licenças remuneradas, e políticas de proteção de dados

Como evitar erros na contratação internacional para startups brasileiras passa por:

  • Auditoria prévia
  • Suporte jurídico
  • Uso de plataformas que centralizam compliance, pagamentos e gestão

Graças ao Deel EOR, agora temos pessoas em campo no Reino Unido, Dinamarca e Finlândia. Isso tem sido ótimo para nós, pois conseguimos aproveitar os melhores talentos e expandir nosso alcance nos mercados locais muito rapidamente.

Max Junestrand,

CEO da Leya

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Melhores práticas para gerenciamento de equipes internacionais

O desafio não acaba na contratação. A gestão de talentos internacionais precisa considerar as dinâmicas avançadas que ela exige, como:

  • Ferramentas colaborativas, como Slack, Notion e Jira, para garantir a produtividade e a colaboração entre diferentes fusos horários e idiomas
  • Integração cultural remota com onboarding digital centralizado, rituais e processos bem implementados, e encontros sociais virtuais do time
  • Integração e segurança operacional através de plataformas que trabalham com dados integrados e garantem a proteção adequada e exigida conforme regras locais de cibersegurança
  • Avaliações de desempenho regulares e OKRs compartilhados de forma clara e consistente com todos os funcionários ou freelancers, independente da localização

A Deel nos ajudou a centralizar e simplificar a gestão de contratados, garantindo a conformidade e proporcionando uma experiência significativamente melhor para nossos colaboradores.

Alejandra García,

Diretora de Crescimento da DevSavant

Como a Deel ajuda startups a contratar no exterior

A Deel é líder global em soluções de contratação internacional. Apoiamos as equipes de RH, jurídico e financeiro, a automatizarem demandas e garantiram o compliance em mais de 150 países.

Através do Deel EOR, as startups contratam colaboradores com 100% de conformidade legal e fiscal, sem precisar abrir uma empresa no exterior. Ao mesmo tempo, elas possuem o controle da gestão do colaborador ou freelancer, em uma plataforma fácil de usar, que dá uma visão ampla e detalhada de cada contrato.

O Deel EOR cuida de tudo o que sua startup precisa para contratar funcionário no exterior:

  • Contratos locais e legalmente validados em minutos
  • Folha de pagamento internacional
  • Cálculo de salários, impostos, deduções e benefícios obrigatórios ou voluntários de cada colaborador ou freelancer, de acordo com as regras e moeda do seu país
  • Suporte jurídico multilíngue contínuo com especialistas localizados
  • Gestão de RH com integração de dados e análises apoiadas por IA
  • Preços transparentes
  • Painel unificado de colaboradores

A Deel é a parceira ideal para startups que querem pensar e contratar globalmente desde o primeiro dia!

Outra solução muito buscada pelas startups globalmente é o Deel Contractor of Record, que permite contratar prestadores de serviços em qualquer lugar do mundo com rapidez, segurança e conformidade automática. É o modelo preferido de boa parte dos nossos mais de 30 mil clientes ao redor do mundo.

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Sobre o autor

Paula lidera o Marketing da Deel no Latam. Com mais de uma década de experiência em startups, ela já comandou projetos de Inbound Marketing e Inside Sales para mais de 50 empresas. Defensora do trabalho remoto e flexível como o futuro do trabalho, Paula acredita que ele traz de volta a paixão e a humanidade às nossas rotinas, criando pontes entre fronteiras e unindo o mundo do trabalho. Nos intervalos para o almoço, você pode encontrá-la no mar, praticando kitesurf.

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